solitaria543

segunda-feira, julho 31, 2006

Apelo

Por favor meu amigo
De perto ou distante,
De há muito ou de agora.
Ouça-me,
Não me deixe tão só
Com esta morte na alma
E este aperto em meu peito.
Vem... e faz-me companhia,
Compartilha comigo a tua alegria.
Quero refugiar-me na tua amizade,
Abrigar-me em ti nos temporais,
Sê para mim uma sombra de alento
E nos dias frios,
Quando tudo vira em nada,
E o chão some dos pés,
Vem... e brilha em mim o teu sol
E aquece-me com teu carinho.
Faz-me ouvir o som do teu riso,
Traz-me junto o teu abraço,
Dá-me um pouco da tua paz,
Vem... e acalma o meu coração.
Ouça-me, deixa-me falar,
Contar-te dos meus fracassos,
Ponderar contigo os meus planos,
Quero que vislumbres os meus sonhos.
Vem, por favor, fica ao meu lado
E não me recrimines
E nem toldes o teu olhar com a minha tristeza,
Diga-me apenas solenemente:
Estou contigo,
Sou teu amigo!

Vilma Nunes

Minha Menina

Naquele dia bendito e muito feliz,
No dia mais lindo de abril,
Fiquei mais feliz e quase chorei,
Quando alguém me disse:- tua neta nasceu!

Aquela menina, formosa criança,
Tão linda, tão pura, qual anjo de Deus.
Meu Deus, como é bom ser avó de Luana,
A doce menina, que esperança me deu.

Teus olhos redondos, tão puros e meigos,
Teus lindos cabelos, lisinhos e negros,
A face rosada, com tantos sorrisos,
Minha vida encheu de tanto prazer!

Minha doce menina, singela, tão bela,
Em criança peralta então se tornou,
Meus dias que eram tão tristes e vazios,
Em festa eles todos você transformou.

Luana Fernanda, minha neta querida,
A Deus sempre peço que vele por ti,
E sei que o futuro é sempre incerto,
Mas Ele estará, cuidando de ti!

Mimosa pequena, que pula e que ri,
Que sonha com anjos, de alma tão doce,
Não deixe que a vida lhe roube o sorriso,
E nem de teus sonhos não esqueça jamais!

E quando adulta você estiver,
Uma linda mulher eu sei que será.
Se Jesus tua vida puder dirigir,
Os louros troféus você colherá.

E quando não mais estiver por aqui,
Você com certeza de mim lembrará,
Da avó amorosa, que te embalou,
E sempre também, com carinho te amou!

Vilma Nunes


A moça da janela

Naquela rua comprida,
Naquela casa singela,
Mora uma moça tão triste,
Que vê a vida passar,
Da sua janela...

Fica a moça na janela
Olhando tudo que passa,
Passa tanta coisa bonita,
Tanta coisa passa nela...

Passa o riso, a esperança,
Passa a morte, passa a vida,
Passa até felicidade!
Mas a moça da janela,
Com os olhos rasos d´água,
Só fica olhando, mais nada...

Passa gente apressada,
Criança em debandada,
Passa os jovens namorados,
Passa a mãe e a filharada,
Passa o velho e a velhinha,
Ali só não passa boi, nem boiada...

Passa a menina bonita,
Brincando com a meninada,
Está feliz, pois sorri,
E a moça da janela
Querendo ser ela...fica.

Passa o menino sapeca,
Correndo atrás do cãozinho,
Está feliz, bem se vê...
E a moça da janela
Torcendo por ele...fica.

Passa a mocinha faceira,
Com seu namorado abraçada,
Tão felizes, sorridentes...
E a moça da janela,
Com muita inveja...fica.

Passa a mulher apressada,
Entretida em seus pensamentos,
Deve ter algum problema,
Nem vê a moça na janela,
Que fica ali, pensando nela...

Passa o humilde gari,
Quase corre contra o tempo,
De cabeça baixa, coitado...
E a moça da janela
Com pena dele...fica.

Passa o esperado carteiro,
Que nem sempre traz boas novas,
Ele passa,
Mas não traz nenhuma carta pra ela...
E a moça da janela
Cada vez mais triste...fica.

Passa o velhinho franzino,
Tão devagar...olha a moça com carinho,
Fala bom dia, como vai...
Mas segue o seu caminho, não fica.
Só fica a moça na janela,
Que orando por ele...fica.

Em frente àquela janela,
Passa tudo, todo dia,
Só ainda não passou,
Um certo moço portuga...

Ela espera todo dia,
Todo dia ela espera,
Que num certo dia qualquer,
Ele ainda passe por lá...

Mas como bom portugûes,
Descansado, sossegado,
Ainda por lá não passou...
E a moça da janela
Com muita saudade...fica.

Mas se ele passar por lá,
A moça da janela,
Bem feliz com certeza ficará,
E vai saindo atrás dele,
Ou ele fica por lá...

Diz a lenda que esta história,
Bem pode ser verdadeira...
Dizem que o tal gajo
Um dia por lá passou
E a moça pra bem longe ele levou...
Dizem que estão Goiás,
Em Portugal ou em Londrina,
Ou será lá em Minas?

Sei apenas que aquela moça triste,
Daquela casa singela,
Naquela rua comprida...
Nunca mais vi na janela...

Vilma Nunes

domingo, julho 30, 2006

Um amor lindo

Um amor lindo sonhei,
Um lindo amor desejei...
Sonhei que encontrara um amor
Não qualquer um,
Mas um grande amor.
Um amor repleto, completo, transbordante,
Amor de olhares cúmplices,
Inebriados, embriagados,
Carinhosos e meigos.
De mãos suaves,
De uma maciez sem igual
E que toque de leve
De modo sutil o meu coração.
Um amor de braços que abraçam
Meu corpo, minha alma,
Todo meu ser.
Um amor que quando me beijar, me sorva,
Arranque-me arrepios
E me diga palavras bonitas
Que saiam de dentro do coração.
Que ande comigo na relva,
Na chuva, no tempo,
Com passos compassados,
Indo sempre na mesma direção.
Que comigo gaste as horas,
Todos os dias e noites
Sem nunca reclamar.
Um amor que sinta,
Que envolva, que supra,
Que eternize momentos,
Que me tire do obscuro
E me traga para a luz.
Que sonhe comigo,
Sonhos de outrora e de agora
E no silencio ouça meu coração.
Que esteja comigo,
Na dor, na alegria
E nas madrugadas frias.
Que me acorde com beijos
E sorrindo me deseje bom dia.
Um amor que comigo cante,
Que comigo dance,
Que comigo brinque,
Que comigo fale
De amor, de estrelas cadentes,
De água corrente,
De espaço sideral.
Que comigo pondere
Se deveras existe outros mundos
E se já esteve aqui
Um tal disco voador.

Um amor que me tome nos braços
E que me diga:
Pra sempre eu te amo.

Vilma Nunes

Destelhado

(dedico ao meu amor)

O meu carequinha
Tem voz de veludo
E canta alegria
Quando fala bom dia!
Nos seus olhos
Tem duas meninas sapecas
Que batem as palmas
E fecham as janelas
Quando vão dormir
Atrás da cortina.
Tem no rosto um sorriso maroto,
Que dizem pra gente
Vem logo,
Estou te esperando.
Mas muitos cabelos,
Nem brancos, nem pretos,
Não tem!

Vilma Nunes

Se tu quisesses...

Se tu quisesses...
Eu podia dar-te o sorriso do meio dia,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te o canto dos passarinhos,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te o perfume das flores,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te a beleza das manhãs,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te o brilho das estrelas,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te as cores do arco-íres,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te a alegria das crianças,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te toda a felicidade do mundo,
Se tu quisesses...
Eu podia dar-te todo o amor que há em mim,
Se tu quisesses...

Vilma Nunes

Mil Anos...

Muitas noites já se passaram
Desde a última vez que te vi
Muitos dias de agonia
De solidão, de incertezas,
Uma eternidade de horas mortas.
Você era a luz que iluminava meus dias,
O brilho das estrelas que enfeitavam as minhas noites,
Era a alegria em minhas tardes vazias,
A felicidade, mesmo embora tardia...
Tua voz era pra mim melodia
Como o canto dos passarinhos
Que enchia meus ouvidos
Como a mais bela das canções.
Quando te via
Meu coração se vestia de arco-íres
Meus olhos brilhavam como estrelas
E meu corpo tremia de pura alegria.
Minhas mãos queriam te tocar
Meus braços queriam te abraçar
Meu coração queria te alcançar
E minha boca te beijar,
Então fechava os olhos e te sentia...
Agora meus dias são tão vazios
Minhas noites são tão frias,
Não sei mais viver sem você.
Hoje faz mil anos
Desde a ultima vez que te vi...

Vilma Nunes

Fantasias...

Nosso amor é lindo, e é perfeito,
Mas contudo, há preconceito,
De ser feliz contigo, não tenho direito.

Escapar dos teus beijos, não vejo jeito,
Então me perco em ti, e aproveito
E nos meus braços então, eu te estreito.

Em minha boca, a tua ajeito,
No calor dos teus abraços, eu me deleito
E o amor sem demora, se faz sujeito.

Sinto meu corpo tremer, sem ser satisfeito,
Minhas mãos te apertam de encontro ao meu peito,
Nossos gemidos se fundem, não há mais jeito.

Mas... que triste figura faço quando me deito,
Pois que ao meu lado, no meu frio leito,
Jaz inerte o retrato, do meu eleito.

Vilma Nunes

quinta-feira, julho 27, 2006

Como sinto a tua falta...

Como o sol sente a falta das manhãs...
Como a terra ressequida sente a falta da chuva...
Como o navegante sente a falta do seu porto...
Como as andorinhas sentem a falta do verão...
Como o beduíno sente a falta do oásis...
Como o rio sente a falta do seu leito...
Como as ondas sentem a falta da praia...
Como o exilado sente a falta de sua pátria
Como a noite sente a falta das estrelas...
Como o viajante sente a falta do seu lar...
Como as folhas sentem a falta da brisa...
Como a abelha sente a falta da flor...
É assim que eu sinto a sua falta,
amor.

Vilma Nunes

Cinzas


Hoje estou mais triste que ontem,
Porque ainda não sei do meu amor,
Ele não me deu notícias,
Não me ligou,
Nenhuma carta mandou...
Por onde anda amado meu,
Que até de mim se esqueceu?
Por isso não vejo do dia a beleza,
Nem sinto o calor do sol,
Tudo está tão cinzento
Do jeito do meu coração!
Meus olhos tristes estão,
Meu sorriso já não se vê,
Meu coração está tão doente,
Está morrendo de amor.
A saudade que sinto é tão grande,
Só maior é meu amor.
Sinto falta de você
Da sua voz tão doce e bonita
Que adoça todos meus dias...
Quero contigo falar,
Quero de novo sentir alegria.
Mais que tudo meu amor,
Quero a tua companhia...

Vilma Nunes

quarta-feira, julho 26, 2006

VEM...

Vem
Alegrar os meus dias,
Colorir minha vida,
Encher de esperança o meu coração.

Vem
Preencher minhas horas,
Enfeitar minhas tardes,
Fazer feliz minhas noites...

Vem
Cobrir-me de beijos,
Envolver-me em abraços,
Inebriar-me de amor...

Vem
Falar-me palavras bem doces,
Pegar-me pela mão,
E levar-me ao teu coração.

Vem...

Vilma Nunes

FELICIDADE É...

Felicidade é saber-se vivo,
quando tantos pensam estar mortos.
Felicidade é poder caminhar,
quando tantos perderam seus passos.
Felicidade é ver as cores,
quando tantos jazem na escuridão.
Felicidade é estar em paz,
quando tantos estão em guerra.
Felicidade é poder falar,
quando tantos tem calada a sua voz.
Felicidade é poder abraçar,
quando tantos perderam seus braços.
Felicidade é ter um porto seguro para voltar,
quando tantos estão à deriva.
Felicidade é levantar cedo para trabalhar,
Quando tantos nada têm para fazer.
Felicidade é ter o calor da amizade,
quando tantos estão esquecidos na solidão.
Felicidade é ouvir o choro de um filho,
quando tantas mães têm os braços vazios.
Felicidade é amar seu semelhante,
quando tantos matam os próprios irmãos.
Felicidade é dormir numa cama quentinha,
quando tantos ficam ao relento.
Felicidade é comer um prato de arroz e feijão,
quando tantos têm as panelas vazias.
Felicidade é falar com Deus,
quando tantos desconhecem o seu criador.
Felicidade é amar, é chorar, é rir,
é ouvir, é andar, é abraçar, é falar...
É viver e poder te dizer:
-Gosto muito de você!!!

Vilma Nunes